domingo, 29 de agosto de 2010

Composição Musical - Parte 5

Orquestração (conteúdo retirado de uma aula de orquestração)

A Orquestração é o modo com que o timbre é usado em contextos musicais (músicas/composições). Se você tem uma melodia, uma linha de baixo e alguns acordes, você pode tocar tudo isso em um único piano ou uma só guitarra (algumas vezes). Mas você também pode arranjar (orquestrar) estes elementos (a melodia, a linha de baixo e os acordes) para 2 ou mais instrumentos. Fazer decisões sobre qual instrumento vai tocar quais notas é o processo de orquestrar.
No passado, os compositores clássicos quase sempre compunham a sua própria música e também a orquestravam ela. Hoje, é comum para os compositores ter outra pessoa orquestrando a música deles. Se você já escreveu músicas para mais de um instrumento, você orquestrou a música. Orquestração é uma arte, uma ciência e uma indústria em si mesma. Para o compositor típico, a orquestração é frequentemente esquecida, mal entendida ou um mistério. Nós vamos começar a discutir a orquestração em um nível intermediário (você precisará ter um entendimento bem básico de como os instrumentos funcionam juntos antes de pegar a maior parte desta aula).

Quando você usa múltiplos instrumentos, considere quantos modos diferentes você pode arranjar o lugar de cada instrumento no aspecto do alcance do pitch.
(Aspecto do alcance do pitch? O que é isso?... É o alcance de todas as notas possíveis das mais graves até as mais agudas e tudo que envolve isso.)
É óbvio que instrumentos de base como o contra-baixo, tocam as notas mais graves na maioridade dos contextos musicais. Compositores usam instrumentos de baixo porque:
1. Esses instrumentos podem facilmente tocar as notas mais graves (baixo, no aspecto do alcance do pitch).
2. A qualidade da cor (som) é excelente no alcance das notas baixas do pitch.

Por causa estes instrumentos tocam e soam muito bem nas notas graves do pitch, é frequentemente ignorado que estes mesmos instrumentos podem soar realmente bem no alcance do tenor (o alcance do pitch acima do alcance do baixo – por exemplo: As notas mais graves da guitarra de 6 cordas estão no alcance do tenor). Em uma música típica (pop, rock, metal, country, blues ou jazz) os instrumentos de baixo estão virtualmente sempre tocando as notas mais graves (baixo). Os compositores ta música clássica do século XIX, XX e XXI frequentemente experimentaram a variedade dos instrumentos de baixo tradicionais, algumas vezes colocando esses instrumentos mais altos do que (ou igual ao) tenor, ou mesmo nos instrumentos de alto alcance. Isso é chamado “cruzamento de vozes” ou “vozes cruzantes”. Isso geralmente é feito para um efeito específico na música para trazer contraste na variedade e no som da orquestração.
Porque o Cruzamento de vozes envolvendo os instrumentos de baixo não é comum na maioria das músicas não-clássicas, mas por que?
• Porque compositores ao redor to mundo pensaram nesse processo todo e fizeram uma decisão artística informada concluindo que cruzando os instrumentos de baixo acima dos outros instrumentos era uma idéia ruim?
• Eles leram em algum lugar ou conduziram algumas experiências musicais para testar o nível do valor considerando o cruzamento de vozes?
• Eles estudaram orquestração formalmente ou ao menos informalmente?

Não, no geral, orquestração na música não-clássica tem sido limitada pelos básicos de instrumentação (o alcance comum dos instrumentos) porque as notas de baixo não naturais para instrumentos de baixo, e porque esse é o modo que tem sido feito tradicionalmente. E sim, o modo tradicional de faze as coisas funciona, mas esse sistema não está quebrado? Então porque concertar isso? Cruzar vozes no baixo não é “concertar” nada, é simplesmente outra ferramenta útil quando usada nos lugares certos (e quando não é usada em demasia). É um som legal para se usar em algumas situações, e muitos baixistas amam tocar partes altas, mas raramente tem uma chance de fazer isso nas músicas. Quando escutar músicas, note o quão não-frequentemente esta técnica é usada, mas quando você ouvir isso, análise como e onde é usada. Se você está procurando por isso, é muito fácil de ouvir.

Experimente o cruzamento de vozes a próxima vez que você escrever música. Se isso não soar bem pela primeira vez que você tentar, não desista do conceito se el não melhorar o som da sua música. Cruzamento de vozes não funciona em todas as situações musicais. Por exemplo, você tende a ouvir isso mais em seções instrumentais (intros, interlúdios, e transições por exemplo), ou uma seção de ponte vocal. Versos e refrões são mais difíceis de ter cruzamento de vozes envolvendo os instrumentos de baixo. Isso é porque as melodias vocais são geralmente mais importantes do que linhas de baixo, e cruzamento de vozes com o baixo vai distrair o ouvinte da melodia vocal. Compositores geralmente querem que as linhas vocais importantes sejam claras e sem muito conflito com a atenção do ouvinte. Mas não deixe isso te parar. Experimente em cada seção da sua música para ver se isso funciona para você.
Existem duas aproximações para o cruzamento de vozes da linha do baixo:

1. Pegue sua linha de baixo existente e toque ela 1, 2 ou 3 oitavas mais aguda do que o normal. Isso vai geralmente trazer a linha de baixo acima do próximo instrumentos mais grave. Isso vai resultar em uma nova linha de baixo porque desde a linha de baixo original está “acima” de alguma outra coisa, a “alguma coisa” se tornará a nova linha de baixo (mesmo se não está sendo tocada por um instrumento de baixo)
2. Partes de trabalho com outro instrumento onde a linha de baixo toca mais aguda do que o próximo instrumento mais grave. Isso vai resultar na linha de baixo continuando a mesma (enquanto as notas reais vão), mas agora será tocada por outro instrumento ao invés do instrumento de baixo tradicional. Isso é fácil de fazer com um violão ou piano/teclado por exemplo.

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Escrito por Tom Hess 
Artigo original: http://www.tomhess.net/Articles/SongwritingPart4.aspx
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