sábado, 4 de dezembro de 2010

5 Dicas Sem Preço Para Jovens Compositores


(OBS: Algumas dicas deste artigo são mais mais centradas a música clássica, mas use o que servir pra você.)

Para mim, a composição é um dos eventos mais recompensadores que eu posso tomar parte. Porém, ficar confortável com essa linguagem leva um tempo bem longo, e daí, somente uma porcentagem bem seleta de pessoas realmente tornam esse sonho realidade.

Então eu escrevi essas 5 Dicas Para Novos Compositores . Não importa qual estilo, qual nível você está, ou até onde você realmente quer ir – de um hobbista a um profissional – Essas 5 dicas vão realmente melhorar sua habilidade de compor.

1. Escreva Alguma Coisa Todo Dia

Essa dica é frequentemente ignorada, mas é importante perceber que praticar nossa habilidade da forma mais frequente possível é necessário para o crescimento. Assim como um atleta que levanta pesos para se tornar mais forte e se apresentar melhor, nós devemos escrever consistentemente para trazer nossos pensamentos/emoções/sentimentos na música que nós escrevemos de forma mais efetiva e certeira.

Isso não significa que nós temos que escrever uma peça inteiramente nova todo dia, mas você deveria pelo menos praticar compor uma seção de música ou desenvolver o montante. Mesmo se você vai compor hoje com a sua guitarra completamente de ouvido e então praticar composição para um quarteto de cordas amanhã, não importa. Apenas esteja certo de que o que você pratica tem uma relação mais direta com os seus objetivos.

Como alguns de vocês devem saber, eu sou um grande fã de escutar e aprender de outros estilos de música. Porém, quando eu escrevo, eu tento focar a maior parte do tempo na música que eu gosto. De tempos em tempos eu componho uma música em um estilo diferente pra aprender dele, mas nunca tão frequente quando eu gasto meu tempo escrevendo músicas que se encaixam nos meus objetivos finais.

2. Defina a Forma

O que eu quero dizer aqui é que sempre é legal saber onde você vai terminar lá no final antes de você começar a se mover. Certamente, algumas vezes você vai apenas entrar no seu carro e dirigir por aí. Porém, na maioria do tempo nós temos um lugar em mente que nós gostaríamos de chegar quando nós entramos no carro. O mesmo serve para a composição.

É muito mais fácil compor uma peça de música (e bem menos cansativo!) quando você define especificamente a duração da peça do começo ao fim. Uma vez que você fizer isso, é bom descobrir onde as seções vão se dividir. Talvez você tenha uma composição de 8 barras e seu primeiro refrão apenas dure 16 medidas dessa vez, mas da próxima vez quando ela chegue, ela dure 32 medidas. Na verdade não importa o que você decida, mas é sempre útil definir uma idéia difícil do que você gostaria de alcançar antes que você vá atrás do seu objetivo (mesmo que você eventualmente vá bem longe dos seus parâmetros).

3. Seja Modesto com as Novas Idéias

 Uma grande tentação quando você é um compositor novo jogar tudo que você aprendeu em sua última composição (Eu sei isso por experiência própria!). Misturar Funk, Swing, e Death Metal parece ótimo em conceito, mas você logo verá que é bem mais fácil falar do que fazer.

Então eu recomendo escolher apenas uma ou talvez duas novas idéias que você ainda não tentou e então jogue elas em um estilo que você está mais acostumado.

Por exemplo: Você gostaria, mas ainda não experimentou compor para 4 vozes em um estilo clássico tradicional; mas é mais acostumado com o rock?

Ótimo! Componha algo que você goste para as vozes primeiro e então peque a sua experiência com o rock e aplique a idéia como achar apropriado. Certamente, você mudará as partes vocais aos poucos enquanto você progridem mas você também aprenderá modos novos e inovadores de fundir o rock com esse estilo unicamente diferente. Talvez você descubra que um solo de guitarra característico não funcione nessa situação, mas um modo único de tocar arpeggios ou os acordes funciona perfeitamente!

4. Dê Espaço!

Você já se perguntou por quê os guitarristas de rock sempre tocam Power chords e Oitavas (além do fato de que isso soa legal)?

É porque as oitavas e as quintas perfeitas soam melhor a parte grave de qualquer instrumento, e desde que a guitarra transpõe uma oitava a baixo, os guitarristas tendem a tocar voicings que começam com uma quinta ou oitava perfeita nas cordas mais graves (E e A)

É muito importante se lembrar disso, como uma fundação de que a parte grave é essencial para quase todo tipo de música. Certamente, você pode tocar terças na parte grave, mas é mais provável que ela seja suja de mais para ser reconhecida. Então, como uma regra básica, qualquer acorde começando abaixo da linha do meio do baixo deve ser escrita com uma quinta perfeita ou uma oitava no fundo.

5. Dê Suporte Para A Melodia

Por ultimo, mas não menos importante, se você escreveu uma melodia muito importante no seu climax absoluto e você quer que ela seja forte e robusta, então você deve dar suporte a ela! Não espere que o violino carregue toda a melodia alta (mesmo se você têm 20 deles). Se você quer que ela saia forte, você deve dar suporte a ela de alguma forma.
Geralmente, se a melodia está bem aguda, você queira dar suporte a ela duplicando (ou as vezes triplicando) a melodia uma oitava abaixo em outro instrumento (talvez uma viola, ou outra guitarra para o rock). Isso deve deixar a melodia bem mais clara sem contrair a integridade dela.

Se mesmo assim essas linhas ainda parecem um pouco fracas, então eu recomendo dar suporte a sua melodia principal com sextas. Essa é uma técnica usada normalmente e pode te dar algumas harmonias únicas que você nem pensou usar antes.


Então, aí estão minhas 5 dicas pra você. Eu espero que você tenha achado isso útil, mas se você praticar elas frequentemente eu te garanto que elas serão.


Até a próxima, se cuidem e continuem compondo, companheiros artistas.

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Escrito por Kole
Retirado de: http://www.guitar9.com/columnist688.html
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sábado, 27 de novembro de 2010

Originalidade


(Foto - Apresentação da banda mewithoutYou e o seu vocalista muito louco, Aaron Weiss)

O próprio fato de que você começou a ler este artigo indica que você provavelmente pensa que a Originalidade é importante. Mas será que ser original é um bom objetivo de se ter? Eu acho que a maioria das pessoas responderiam sim (na teoria, pelo menos.) Minha resposta certamente não seria sim ou não, mas eu prefiro o talvez. Eu diria isso, porque depende da situação.

Considere isso: Na música clássica, os estilos de se tocar e compor mudaram bem devagar. Mozart, Haydn e J.S. Bach não se preocupavam com originalidade. Eu sei que para aqueles que não estudaram muito a história da música, isso pode soar estranho, mas essa é a verdade. Eles não eram ótimos porque eles eram originais, eles simplesmente eram compositores superiores. Para ser ótimo (ou até o melhor) no que você faz geralmente tem pouco a ver com originalidade. Se ser inovador fosse a chave para o sucesso, dois ótimos músicos não soariam nada parecidos. Todos nós sabemos que isso não é verdade.

J.S. Bach só se preocupava em compor a melhor música sacra para Deus. Sacralidade (habilidade musical) e expressão do seu amor, respeito, etc. para Deus era tudo com o que ele se preocupava de verdade. Ele não precisava ser inovador para alcançar seus objetivos porque a música do tempo dele podia satisfazer isso. Não havia necessidade de ser inovador para alcançar os objetivos dele. Muitos dos contemporâneos de Bach eram bem mais inovadores do que ele era, mas Bach que nós nos lembramos e que é ensinado em todo programa de música clássica de cada universidade do mundo.

Mozart e Haydn (que viveram depois de Bach) só se preocupavam com ganhar dinheiro e servir seus patrões. Eles eram basicamente servos que depois fizeram um nome bem maior por si mesmos. Estes compositores queriam ganhar dinheiro, queriam encher salas de concertos e agradar os patrões que os empregavam. Esse era o objetivo deles e ser original não era importante para alcançar aquele objetivo, na verdade, inovação demais iria ferir a carreira deles nesses dias

Originalidade não se tornou um fato maior na música até que Beethoven (mais ou menos 50 anos depois da morte de Bach). Pelo tempo que Beethoven começou a compor, ele já era um pianista famoso e seguro financeiramente. Ele não precisava compor músicas muito normais para se alimentar. Especialmente depois na sua vida, ele podia fazer qualquer coisa que ele quisesse musicalmente. O maior objetivo dele era de se expressar, não ganhar dinheiro (além de que ele já tinha muito dinheiro). Mas ele se encontrou em uma situação onde compor música no modo convencional não conseguia mais expressar seus pensamentos e sentimentos. E aí que isso se tornou crítico inovar e se tornar original. A originalidade de Beethoven era necessária para satisfazer seu objetivo de auto-expressão. Ele não buscou a inovação apenas para ser diferente, mas era uma necessidade.

Quando eu perguntei: “Será que ser original é um bom objetivo de se ter?” Eu disse talvez. Eu espero que agora você está começando a ver quando (na minha opinião, pelo menos) é importante, e quando não é. Algumas vezes, as regras de inovação e originalidade são críticas, outras vezes não existe essa necessidade.
Existem vários músicos que vão até enormes distâncias pra ser diferente. Só isso. Muitas vezes o resultado não faz muito sucesso, por quê? Porque a originalidade, em si mesma, tem um pequeno ou nenhum valor porque é apenas uma anomalia, ou diferença.

Originalidade, como parte do quadro maior, onde todo o resto é balanceado e comparado, pode ser uma coisa maravilhosa e valorosa também. Quando ela tem um propósito definido para expressar algo que não pode ser feito pelos métodos convencionais é especial, e esses tipos de inovações são bem mais efetivas, poderosas, e lindas.

Meu conselho pros meus estudantes sempre tem sido esse: “Nunca evite fazer alguma coisa normal ou comum por causa do medo da sua idéia não ser original. Porque se você evitar, sua expressão musical e criatividade sofrerão com isso. Você pode usar tudo, novo ou velho, não restrinja suas opções. Não busque ser igual aos outros, e busque não ser diferente dos outros. Seja você mesmo e expresse isso, não importando se isso pede inovação, ou idéias comuns.”


Agora que eu já expressei minha perspectiva na regra da originalidade, vamos olhar para alguns modos que você pode começar a alcançar alguma originalidade em usa forma de tocar/escrever/compor/improvisar, etc. para que você tenha isso, se e quando você precisar.
Escute e estude outros guitarristas que você gosta e respeita. Mas também escute música não-guitarrística. Analise o que eles estão fazendo, como eles estão fazendo isso e como você pode usar esse conhecimento do seu próprio jeito.

Escute outros estilos musicais além dos que você escuta normalmente. Lá você encontrará novas técnicas e novos modos de aplicar velhas técnicas. Eu escutei alguns cantores realmente ótimos pra adicionar novas idéias para o meu vibratto e fraseamento. Eu escutei muitos compositores da era romântica do século XIX (principalmente Chopin) pela a harmonia e pelas progressões de acordes, modulações que não são encontradas facilmente na música moderna de hoje. Mike Walsh (o outro guitarrista em HESS) escutou muita música do Oeste e suas formas exóticas. Ele também estudou todos os maiores instrumentos de sopro na faculdade, de onde o som original do seu fraseamento de legato vêm, em parte.
Se você está buscando idéias realmente originais, procure fora da música. Existem infinitas fontes de idéias inspiradoras nas outras formas de arte e literatura, ciência, religião, instintos, culturas e mais importante – suas próprias emoções, pensamentos, desejos, cicatrizes, etc.

Quando eu era um estudante de composição na Universidade Roosevelt em Chicago, eu tive aulas em uma turma chamada Grandes Idéias. Era basicamente um estudo de grandes trabalhos literários. Um dos livros que eu li foi “Os Sofrimentos do Jovem Werther”. A forma literária (estrutura) foi um bocado diferente dos outros livros que eu li. Sem passar por uma análise mais profunda do livro, eu vou apenas te dizer que a meada da história é contada por uma série de cartas. Eu penso o quão bem o livro teve sucesso em expressar a história de uma perspectiva única. Eu pensei o quão bem este conceito pode funcionar na música. Eu encontrei várias outras idéias nesse livro e outros livros que poderiam ser usados em outras formas de arte (como música) com alguma imaginação criativa e adaptação. Eu logo percebi que existe uma enorme fonte de idéias musicais em tantas coisas “não-musicais”.

Eu sinceramente espero que você procure influências musicais e não-musicais. Mantenha uma mente aberta e criativa a tudo que você vê, lê, pensa, escuta e você encontrará, eu seu próprio modo, novos tesouros que existem ali.
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Escrito por Tom Hess 
Retirado de: http://www.tomhess.net/Articles/Originality.aspx
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sábado, 6 de novembro de 2010

Frustração Musical



Você está frustrado musicalmente? Você não é o músico que queria ser? Ou não é tão bom como poderia ou deveria ser? Você olha com inveja outros músicos que estão fazendo o que você gostaria de estar fazendo? Será que alcançar os teus objetivos musicais parece uma coisa fora do teu alcance?

Acho que, de tempo
s em tempos, praticamente todo mundo já pensou assim alguma vez. Felizmente, você não está sozinho, e tem coisas que você pode fazer para combater a negatividade da frustração. Muitos dos grandes mestres da música, às vezes, ficaram frustrados com as suas habilidades musicais. Eu providenciei 4 exemplos de compositores clássicos famosos assim:
1. Ludwig Von Beethoven (1770-1827) trabalhou durante longos períodos de tempo nas suas composições para completar elas. Ele reviu as suas peças várias e várias vezes aperfeiçoando e duvidando das suas composições originais. Isto era quase inédito na época de Beethoven. Muitos de vocês já devem saber que, mais tarde, na sua vida, Beethoven foi ficando, gradualmente, surdo. Devido a isso, Beethoven deixou de atuar como pianista em 1814 (13 anos antes de sua morte).
2. Johannes Brahms (1833-1897) ficou tão frustrado com suas habilidades de composições que passou 21 anos pra compor sua primeira sinfonia! Ele sentiu como se nunca pudesse compor uma sinfonia como as de Beethoven. Brahms continuava a recomeçá-la, revê-la, abandoná-la, refazê-la, etc.
3. Gustav Mahler (1860-1911), mestre de sinfonias, revia as suas sinfonias e outras obras após ter duvidado do que tinha composto originalmente. Mahler continuou a rever as suas obras até à morte. Deve ter sido frustrante continuar revendo peças que já haviam sido publicadas.
4. Jean Sibelius (1865-1957) deixou de compor durante cerca de 30 anos porque achava que se tinha esgotado de novas idéias musicais. No auge de sua popularidade, ele duvidou da sua capacidade de compor algo bom. Ele trabalhou em músicas novas durante 30 anos, ou mais, esboçando as suas idéias durante o dia e as descartando todo dia. Isto é uma frustração muito séria!
Beethoven começou a compor novamente em 1817 (depois de 3 anos de surdês). Muitas das suas composições mais importantes surgem a partir deste último período da sua vida. Beethoven, quando começou a trabalhar outra vez, abriu novos caminhos e fez coisas nunca antes feitas na música. Se ele tivesse continuado a deixar que as frustrações da sua surdez o paralisassem musicalmente, não seria tão conceituado como é hoje.
Após o período de 21 anos para compor a sua primeira sinfonia, Brahms sentiu-se aliviado. A sombra de Beethoven foi elevada o suficiente para permitir que Brahms avançasse. Ele, finalmente, encontrou uma maneira de seguir em frente e de lidar com as suas frustrações. Ele completou a sua sinfonia seguinte em menos de um ano.
A frustração pode te ajudar ou te ferir, dependendo de como você lida com isso. Como você pode ver, Beethoven e Brahms acabaram encontrando formas positivas de lidar com as suas frustrações e superar elas. Infelizmente, Sibelius não. Ele é, talvez, o exemplo mais extremo de uma pessoa que deixa a frustração a destruir musicalmente. Infelizmente, ele morreu sem que nos últimos 30 anos da sua vida terminasse uma composição significativa!
Quando eu era adolescente, eu e alguns amigos meus (todos guitarristas), fomos ver o Yngwie Malmsteen tocar em Chicago. Após o show acabar, alguns dos meus amigos comentaram sobre como se sentiram deprimidos depois de ver o Yngwie tocar e disseram que queriam desistir completamente de tocar guitarra. Éramos todos jovens e sabíamos que o Yngwie era um músico muito melhor do que nós. A principal diferença entre a reação deles e a minha foi que eles deixaram a sua admiração pelo Yngwie frustrá-los ao ponto de pensarem não haver esperança nos seus esforços para se tornarem melhores guitarristas. Muitos dos meus amigos pararam de tocar guitarra por vários dias; um deles realmente desistiu completamente.
A minha reacção ao evento foi muito diferente. Eu usei a minha admiração pelo Yngwie como uma força positiva, maciça e inspiradora. Fiquei tão inspirado que fui direto para casa e treinei durante a noite inteira até que não conseguia mais manter os olhos abertos.
O objetivo aqui não é tentar evitar a frustração, mas usá-la para o seu proveito. Eu virei sempre a minha frustração musical para uma maior fonte de motivação. Eu estava sempre à procura de outros músicos que fossem melhores que eu para uma jam. Claro que era fácil de encontrá-los quando eu era novato; tornou-se cada vez mais difícil ao longo dos anos que se seguiram. Eu recebi muitas coisas dessas experiências.
Num artigo anterior, eu escrevi sobre perseverança, escrevi sobre a importância de acreditar em si mesmo e de não desistir. Eu não quero ser muito redundante aqui, mas vale a pena mencionar brevemente alguns pontos outra vez.
Várias e várias vezes os guitarristas não chegam às suas potencialidades porque sentem que não podem se equiparar com os outros ou às suas expectativas. Porquê comparar-se com os outros? Será que é mesmo importante se você é ou não tão bom quanto outra pessoa? Claro que não. A música não deve ser vista como um esporte competitivo. É e deve ser uma arte. Tudo o que realmente importa é o quão bem você é capaz de se expressar. Assim, a questão só deve ser esta: atualmente, você têm as habilidades para se expressar plenamente através da música?
Por mais que eu nunca tenha gostado ou respeitado o cantor /guitarrista / compositor / do Nirvana, Kurt Cobain, devo admitir que ele era capaz de se expressar muito bem. Apesar do fato de que as habilidades musicais de Kurt eram primitivas e muito limitadas, pode-se ouvir a sua personalidade fluir através da sua música. Não importa que ele não fosse um bom guitarrista. Não importa que o seu conhecimento de teoria musical fosse, provavelmente, perto de zero. Também não importa que ele tocasse desafinado e que tivesse uma técnica de guitarra absolutamente desleixada. Felizmente, para aquilo que ele queria expressar, ele não precisava de ter nenhuma das competências que a maioria dos músicos considera boas e necessárias. Se o Kurt quisesse expressar algo mais significativo ou complexo, iria ficar extremamente frustrado por não ter mais habilidades musicais do que aquelas que podem ser ouvidas na sua música. Então, no final, tudo funcionou bem para ele e o meu palpite é que ele, provavelmente, não estava muito frustrado consigo musicalmente, porque ele não estava tentando ser melhor guitarrista, compositor ou cantor do que ninguém. Ele não fez esses tipos de comparações entre ele e o resto do mundo da música.
Esta é, na minha opinião, a única coisa importante que todos nós podemos seguir. Claro que a abordagem do Kurt Cobain de não se preocupar com essas comparações não é uma idéia nova; muitos outros antes e depois dele também fizeram isso. Ele é usado aqui como um exemplo porque quase toda mundo do nosso tempo o conhece.
Na minha vida, e no início, o pensamento de desistir de tocar guitarra me passou pela cabeça (apesar de que nunca a sério). Quando era adolescente, eu também ficava frustrado quando pensava que nunca poderia me tornar um guitarrista virtuoso (como Yngwie ou Jason Becker) e que nunca poderia me tornar um mestre compositor (como Chopin ou Bach). Quando eu parei de tentar competir com todo mundo, e defini novas metas de auto-expressão, tudo mudou. Eu parei de fazer comparações com outros guitarristas, compositores e letristas porque, no meu novo objetivo, essas comparações de pouco ou nada serviam para a minha nova missão de simplesmente me expressar plenamente através da música. Eu me senti liberto do fardo de ter que competir com o resto do mundo. Começando no início dos anos 90, o meu foco era o de apenas ganhar mais habilidades, ferramentas, etc. que eu precisaria para expressar o que tinha dentro de mim.
No meu caso, o que quero expressar exige um alto grau de virtuosismo na guitarra e composição, complexidade musical, integridade, etc. Porque eu preciso dessas habilidades, a minha viagem para chegar a um nível mais elevado de musicalidade necessitou muito mais tempo, esforço e estudo do que para alguém como Kurt Cobain, que tinha necessidades muito diferentes das minhas para se expressar.
A maioria dos músicos que irão ler isto terão muito mais ambições musicais do que o Kurt Cobain. Da mesma forma, você também vai se sentir frustrado quando se vir limitado pelas tuas habilidades. A chave é usar isso como uma força positiva para a sua motivação e inspiração. Mestres de todos os tipos de arte passaram pelo que você está passando. Hoje, você está em qualquer nível de habilidade. Através da tua frustração e motivação, você acabará alcançando os seus objetivos atuais. Ao alcançar estes objetivos, provavelmente você ainda se sentirá frustrado porque o teu desejo de melhorar ainda mais te fará estabelecer novas metas para você mesmo. E, assim, o ciclo continua de novo e de novo... Mas você está sempre progredindo e melhorando de novo e de novo. 

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Escrito por Tom Hess 
Retirado de: http://www.tomhess.net/Articles/MusicalFrustration.aspx
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sábado, 30 de outubro de 2010

Como Fazer Ensaios Realmente Produtivos


Eu estou certo de que qualquer um que já começou uma banda e se sente insatisfeito com o resultado dos ensaios encontrará algo útil nesse artigo, uma vez que eu escrevi ele da experiência de ter 2, ou até 3 bandas ao mesmo tempo, e muitos ensaios. Por algum tempo eu sempre tive alguns altos e baixos com os ensaios, mas ao mesmo tempo eu prestava atenção para ter certeza que os ensaios que eu tinha sempre eram mais produtivos quanto eles possivelmente poderiam ser.

Antes do Ensaio da Banda:

Você deve aprender a tocar sozinho todas as partes, e as canções que você planejou para os ensaios, e junto com o metrônomo. Seja crítico consigo mesmo quando está pegando as músicas, pra evitar alguns erros que você não poderá concertar em cima da hora. Prepare todas as suas idéias, grave, e até envie as idéias para seus colegas de banda, para que eles estejam preparados para o que você está trabalhando. Se você tem algumas partes de solo, tenha certeza de que você não fique procurando as notas ou opções de como tocar elas no ensaio. Isso realmente precisa ser feito em casa.

Faça um loop da progressão de acordes que você tem que solar e faça o solo em cima delas. Mesmo que o solo envolva a banda inteira, você pode trabalhar isso sozinho. Se você planeja compor novas músicas no ensaio, durma bem e tente aquecer antes, se você tiver tempo. Não chegue atrasado nos ensaios, especialmente se você paga pelo tempo. Tenha respeito com o tempo de todos os outros na banda, e eles respeitarão o seu.

Também esteja certo de que você cuidou de todos os telefonemas e de todas as distrações em potencial antes de ensaiar, tanto quanto as outras coisas básicas como trocar as cordas, e coisas parecidas. E claro, não vá para os ensaios bêbado, ou sobre qualquer outra influência (a não ser que seja influência musical, hehe.)

Durante o Ensaio da Banda:

A pior coisa que pode acontecer em um ensaio é quando alguém chega de mau humor. Isso reflete em todo mundo, e na música em si mesma. Se tudo te irrita, encontre razões reais para isso, e se acalme. Não desconte nos seus companheiros de banda, porque eles provavelmente não são sua real fonte de mau humor. Energia negativa pode ser um destruidor de bandas bem real.

Arrume o seu som. Eu te sugiro que você estude a natureza física do seu som e do seu instrumento, e aprenda como fazer sons saudáveis nos ensaios. Não se permitam em tocar aos ruídos. E esteja certo de que você não está tocando muito alto. Se você não consegue se escutar bem, e você percebe que está alinhado com a bateria, abaixe os outros instrumentos, ou conserte a configuração da freqüência. Algumas vezes o ruído ocorre mais por uma má equalização, não por tocar alto. Esteja informado sobre como fazer uma configuração boa do som. Cuide disso no início de tudo, porque se não isso irá te deixar na surdez e falta de criatividade.

Quando você está trabalhando em músicas novas, esteja aberto para a opinião de todo mundo, mesmo se você vai tocar a música que você mesmo escreveu; Deixe todo mundo por uma parte deles mesmo na música e escute as idéias de todo mundo, porque isso pode providenciar um pouco para a música que você tinha perdido ou não tinha pensado antes por si mesmo.

Quando algum membro da banda tem que trabalhar na parte que eles tocam junto e não envolve você, não faça barulho com seu instrumento, você vai distrair eles pra caramba, e eles podem ficar nervosos facilmente. Ao invés disso pense em outras idéias que você pode providenciar para a música. 

Sempre. SEMPRE pare qualquer coisa que você está fazendo se você teve alguma idéia muito boa, e grave ela imediatamente, porque não importa quão boa ela seja, sempre tem uma enorme chance que você se esqueça dela. Não se permita fazer isso. Eu perdi algumas ótimas idéias desse jeito, que eu me arrependi totalmente. Isso é recomendável de algum jeito, especialmente se você está fazendo novas músicas. Você pode encontrar muito material em potencial nessas gravações.

Quando você de praticar uma música por completo com a sua banda, e você está tecnicamente pronto, não continue tocando ela normal, ou sem nenhum movimento, ou até pior, parado e só olhando para o instrumento. Pule, se mova, dance, dê uma olhadinha mortal para os seus colegas, toque com a guitarra atrás das costas, com ela no chão, toque com os dentes, com a língua, sei lá... Apenas não fique lá tocando com a sua mente. Você tem que chegar ao ponto, que você nem pensa o que tocar. Quando você for tocar ao vivo, você pode ter um certo problema que vai aparecer se você não escutar o que eu acabei de dizer. Ele pode aparecer mais ainda quando se está tocando uma música energética.

O problema é que quando você toca, você liga o público, e eles ligam você ainda mais, e você vai querer fazer todas as coisas que você deveria ter feito nos ensaios, mas você não consegue fazer, ou então faz e comete toneladas de erros. Apague a luz e consiga uma pequena luz de show nos seus ensaios. Sinta ela como se você estivesse no palco na frente de milhares de pessoas! Você vai achar isso bem interessante e vai esclarecer todas as desvantagens no palco. Até faça pequenas coreografias pros seus shows, se necessário, e vá para os detalhes. Veja o que poderia acontecer no palco, e tente trabalhar isso nos ensaios, antes que consequências indesejáveis possam acontecer.

Eu também aconcelho aproveitar todo o melhor para o tempo do ensaio. Não entre em jams sem sentido (ao menos que você tenha certeza que eles vão beneficiar a banda), não fume, não fique parado em conversas não-musicais por muito tempo, não faça longas paradas (apesar de que elas são úteis as vezes, quando você es exforça acima do topo, e realmente não faz sentido se esticar demais, porque nada criativo vai acontecer), e mais importante, não fique viajando nos seus pensamentos. Esteja lá 120%, ou ao menos 100%, e você notará a diferença.

Depois do Ensaio da Banda:

Se você tem tempo, saia um pouco com seus colegas e conversem sobre tudo que vocês fizeram nos ensaios. Reveja todas suas idéias, e conversem sobre o que você farão depois. Troquem algumas direções para os próximos ensaios. Concerte os outros problemas que vocês tenham aqui, e não durante os ensaios. E aproveitem um tempo bom, estabeleçam um ótimo relacionamento pessoal. Se você gosta de estar com a sua banda fora da banda, você vai gostar deles ainda mais quando você está dentro da banda. E todo mundo que escutar ou ver a banda vai notar isso, e isso cria um grande fator do sucesso.

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Escrito por Josip Pesut
Traduzido de: www.guitarplayerworld.com/How_to_Have_Productive_Band_Rehearsals.html
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Tocando Ao Vivo: O Que Fazer Com As Pequenas Vozes Na Sua Cabeça


(Foto - Tim Foreman, baixista da banda Switchfoot)

Não importa se você toca para dezenas de milhares de pessoas na sua turnê mundial, ou para 20 pessoas em um churrasco no fundo do quintal, a maior parte das ansiedades mentais que os músicos experimentam enquanto estão tocando ao vivo são iguais. Em quase todos os casos a voz negativa da sua cabeça está centrada no medo (medo da rejeição, dúvidas sobre si mesmo, etc.). Todos nós experimentamos algum nível de medo e nervosismo quando estamos tocando ao vivo em uma hora ou outra. Você já deve ter sentido medo de falhar, medo de errar, medo do que a audiência pode pensar de você, da sua música ou da sua banda. Você já se perguntou perguntas do tipo:

E se eu errar?”
Eu sou bom o suficiente para tocar em um palco?
E se o público não gostar da banda, da música, ou de mim?
Será que essa apresentação vai ser um desastre?

Vou te dizer algumas coisas para você pensar antes da sua próxima apresentação (elas definitivamente funcionam se você usar elas, principalmente se você conseguir juntar todas elas nos seus pensamentos).
  1. Não ponha uma pressão desnecessária para você tocar ao nível mais alto. A hora de experimentar pressão é enquanto você está praticando em casa, ou nos ensaios com a sua banda. A apresentação não é a hora para colocar estresse/pressão adicional em si mesmo. Sim, você precisa se concentrar no que você está fazendo, mas se divertir. Se você não se permitir se divertir em uma apresentação, quando será que você vai se permitir para aproveitar a música de verdade?
  2. Como um músico profissional, a pressão para se apresentar em um alto nível é ainda mais alta agora do que antes. Eu me apresento melhor me focando em me divertir e em viver meu sonho do que me preocupando com cometer erros. Eu olho desse modo: Se eu toquei 30.000 notas perfeitamente e toquei 3 notas imperfeitamente, eu toquei 99,99% das notas corretamente. Seria sem sentido para mim me preocupar com o 0,01% de erros enquanto eu estou no palco. Se eu preciso praticar alguma coisa depois só pra ter certeza que eu não cometerei os mesmos erros na próxima apresentação, então eu farei isso amanhã, enquanto eu estou praticando, não no palco.  
Você provavelmente toca algumas centenas de notas em uma apresentação também (talvez bem mais). Claro que a maioria de nós luta pela perfeição, mas não acabe com sigo mesmo por alguns erros. Seja feliz e se dê um pouco de crédito por tocar 97%, 98%, 99%, ou 99.999999% das notas corretamente. Não deixe que seu desejo de ser perfeito te deixe aleijado quando a verdade é que nenhum de nós consegue ser perfeito o tempo todo. Se você está fazendo uma prova em uma grande universidade e responder 99% das questões corretamente, você ficaria muito feliz com sigo mesmo, não é?! Parabéns, você ganhou um “A”! Seja feliz com isso quando você está no palco. Você pode voltar pra casa depois e praticar o 1% depois.
  1. Se lembre disso, quando você está tocando (para 20 pessoas ou para 20,000): Todo mundo na audiência te inveja. Quase todo mundo lá em baixo queria que fossem eles que estivessem lá em cima no palco, com todo o talento que você tem. Mesmo se eles não gostam da sua música, eles ao menos invejam sua posição no palco. Então da próxima vês que você estiver no palco e se sentir nervoso, se lembre que as pessoas na platéia estão “na platéia”, e só você (e seus colegas músicos) são aqueles que estão “no palco”... Vivendo o sonho naquele momento. Lembre-se de quando você começou a tocar. Você se lembrou de ficar pensando o quão legal devia ser estar lá no palco lá em cima tocando para pessoas que vieram para te ver e te ouvir? Se lembre o quanto você desejou isso quando você começou. Quando você entra no palco, se lembre do quão longe você chegou como músico. Agora você pode fazer algo que você sempre quis estar fazendo. O tamanho dos concertos que você toca não são realmente importantes. O que É importante é o que você já alcançou. Você que está tocando no palco, a maioria das pessoas apenas sonham com isso, mas agora você vai fazer isso de verdade! Se sinta bem com isso, não arruíne com a animação e o prazer dessa experiência pelo medo de cometer um errinho ou dois.
  2. No final, é tudo sobre a música. Não é sobre mim ou sobre você, na verdade. Como músicos, nós somos os verdadeiros instrumentos pelos quais a música flui. Os instrumentos que nós tocamos são meras extensões de nossos seres. Quando você toca para os outros, você é um “doador”. Quando foi a última vez que você se sentiu nervoso ou com medo por fazer algo legal por outra pessoa? Se você segurar a porta aberta para uma senhorinha você vai ser sentir com medo ou nervoso? Quando você doa dinheiro para a caridade, você experimenta medo ou dúvidas sobre isso? Quando você doa seu tempo para alguém que precisa de ajuda, você se sente nervoso fazendo isso? Tocar música não deveria ser diferente. Não pense como se você fosse um competidor olímpico que precisa se apresentar com perfeição para ganhar uma medalha de ouro. Não pense que você desapontou a humanidade inteira se você cometer um erro, ou se a platéia não gostar do seu concerto. Se você pensar na sua performance como “doar aos outros” você não vai se sentir nervoso ou com medo, e o nervosismo no palco vai se derreter. Quando você toca, você adiciona valor à experiência das pessoas quando elas te escutam. Alguns podem gostar disso, e alguns não. É a escolha das pessoas, ou preferência. Mesmo se você tocar perfeitamente, não é todo mundo que vai amar o que você está fazendo. Isso vem com o território. Mas você vai ter dado um pouco de si mesmo do mesmo jeito. Você veio para compartilhar o que você faz com a audiência. Se sinta bem com isso por que quando você se sente bem, as chances de cometer erros na apresentação diminuem.
Se você não entendeu nada desse artigo, ao menos se lembre disso: O melhor antídoto para o nervosismo no palco é mudar o objetivo da sua mente de  “impressionar os outros” para “doar para os outros.

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Escrito por Tom Hess 
http://www.tomhess.net/Articles/PlayingLiveWhatToDoWithTheLittleVoicesInYourHead.aspx
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sábado, 11 de setembro de 2010

A Habilidade Mais Importante Que A Maioria dos Guitarristas Não Têm



Obs: Como a maioria dos artigos do Tom Hess, ele se foca mais na questão dos guitarristas, mas as dicas servem para qualquer tipo de músico.

Então qual é essa habilidade mais importante que a maioria dos guitarristas não têm? Alguns diriam que é conhecimento da teoria musical. Alguns outros diriam que a habilidade mais importante é a criatividade. Existem legiões inteiras de guitarristas que acreditam que ter uma técnica impecável é o Santo Graal de tocar guitarra. Talvez você concorde com um dos conceitos acima, ou talvez você acha que a habilidade seja algo mais como composição, saber tocar em conjunto ou ter perseverança.

Todas as habilidades mencionadas acima são cruciais para o desenvolvimento de qualquer guitarrista que realmente quer se tornar um excelente guitarrista e músico. Mas a habilidade mais importante que a maioria dos guitarristas não têm e não sabem praticar se chama Treinamento de Ouvido! (também conhecida como habilidades aurais). Nós estamos lidando com música, certo?! Como a maioria de nós aproveita a música? Escutando ela! Então por quê a maioria dos guitarristas têm habilidades aurais pobres (um ouvido despreparado). Guitarristas não-clássicos tradicionalmente têm tocado pelo ouvido, mais surpreendentemente a maioria dos ouvidos desses guitarristas não são tão bons quanto eles poderiam ser e deveriam ser.
Eu vou usar a mim mesmo como um exemplo clássico de guitarrista que tinha uma severa falta de habilidades aurais. Antes de eu começar meu treinamento musical formal na faculdade, eu pensava que meu ouvido era muito bom. Eu poderia aprender normalmente músicas de ouvido rapidamente e minhas habilidades de improvisação eram boas para o momento. Mas quando eu queria compor um solo de guitarra para uma música ou escrever minhas próprias músicas, eu tinha problemas. Eu sempre sentia como se eu não conseguisse colocar a música que eu ouvia na minha cabeça na música eu estava tocando. Eu até tinha uma técnica muito boa e meu conhecimento da teoria básica não era ruim, mas minha criatividade estava sofrendo grandemente. Tudo que eu improvisava ou escrevia vinha das minhas mãos e do conhecimento de acordes, escalas, etc. Mas eu queria fazer mais. Eu queria ser mais único, mais criativo, e mais importante, queria ser mais expressivo. Eu estava ciente de que o problema existia, mas eu não sabia a raiz específica do problema. Eu assumi que eu não era uma pessoa criativa e que minha (assumida) falta de criatividade era permanente e além do meu controle. Eu acreditava que eu simplesmente não tinha o "dom natural" da criatividade.
No inverno de 1994, eu me matriculei na faculdade Harper para o curso de major musical. Em adição à todos os requerimentos, era preciso que todos os estudantes de música tinham que completar 2 anos em aulas de Habilidades Aurais. Não passou muito tempo quando eu fui para minha primeira aula de habilidades aurais e eu percebi o quanto meu ouvido precisava de treinamento. Felizmente eu tinha um professor muito encorajador que sabia que guitarristas frequentemente têm problemas com habilidades aurais. Depois do primeiro semestre (6 meses), eu percebi que meus problemas relacionados com a criatividade (improvisação, composição, etc) estavam melhorando, e mais importante, eu percebi que meus problemas não eram devido a falta de criatividade. Eles eram devido ao fato que meu ouvido não tinha sido desenvolvido o suficiente para liberar todo o meu potencial criativo.
Esse entendimento foi um dos momentos mais únicos de toda a minha vida musical. Eu me senti liberto em saber que eu realmente tinha muitos talentos criativos. Então tudo que eu precisava fazer era treinar meu ouvido mais para que as minhas idéias criativas pudessem se manifestar na minha música.
Tem muitos modos pelos quais você pode melhorar suas Habilidades Aurais. Eu listei muitos deles abaixo. A idéia aqui não é pegar apenas uma destas idéias da lista e esperar milagres. Faça quantas dessas coisas você puder, o mais frequentemente que você puder.
Atividades para praticar:
1. Transcrever (tentar descobrir por ouvido) canções, acordes, melodias, solos, etc. usando seu instrumento.

2. Transcrever sem usar seu instrumento (escrever a música no papel, e quando você achar que está perto do resultado você pode checar seu trabalho com seu instrumento. Note quais erros que você cometeu e tente ver formas padrões nos seus erros. Por exemplo, se você perceber que você sempre confunde acordes menores com acordes maiores, então você vê que isso é algo que você precisa focar e gastar tempo com isso.

3. Cante, (sim, cante alto) escalas. Comece cantando a escala maior, depois adicione a escala menor natural, depois a menor harmônica, pentatônica, escala de blues, etc.
4. Cante intervalos (duas notas de distância variada)
5. Cante arpejos (acordes – uma nota de cada vez) comece com as tríades maiores e então vá para as tríades menores.

6. Cantar Partituras (você vai precisar de um entendimento básico sobre leitura musical para entender isso) Você pode usar qualquer peça de partitura para isso. Existem livros sobre essa habilidade que você pode comprar se quiser.
7. Transcrever ritmos. Isso é como transcrever uma melodia, mas o foco aqui é escrever somente o ritmo em um papel.

8. Improvisar melodias, solos, etc. em cima de acordes. De qualquer modo, isso é uma ótima coisa para se fazer.
9. Imagine uma melodia de 3 ou 4 notas na sua cabeça e então tente tocar isso no seu instrumento.

10. Grave você mesmo tocando vários acordes diferentes (apenas tríades maiores ou menores por agora). Tente não repetir o mesmo acorde demais, toque sua gravação e então tente identificar quais acordes que você ouve são maiores ou menores.

11. Para aqueles que vivem nos Estados Unidos, procure a faculdade da sua comunidade local que tem um departamento de música, tipicamente oferece aulas de habilidades aurais básicas abertas ao público geral. As faculdades da comunidade frequentemente cobram muito pouco por essas aulas. Eu não estou familiar com como isso funciona em outras partes do mundo, então cidadãos que não vivem nos EUA, devem olhar isso com as faculdades locais.

12. Existem programas de computador disponíveis que podem ser achados na internet. Um que eu usava na faculdade era chamado Practica Musica da Ars Nova (Nota: Isso não é um anúncio da Practica Musica ou da Ars Nova, eu só estou te falando que isso e outros softwares de habilidades aurais  existem e podem ser uma ótima fonte de pesquisa)

13. Para aqueles que não podem se matricular em aulas de habilidades aurais, eu fortemente te recomendo a buscar um professor privado de música. A vantagem de buscar um professor é que ele não precisa ser professor de guitarra. Qualquer professor competente  (não importa o que toca) pode te ensinar Habilidades Aurais. A chave é achar um professor competente, apesar de ter muitos incompetentes por aí.
Treinamento de Ouvido é crítico para qualquer músico que quer se desenvolver. Se lembre de perseverar e ser paciente enquanto seu ouvido se desenvolver. Espere com que o processo seja como o processo de aprender a tocar físico. Seu ouvido precisa de prática constante, como suas mãos precisam, então não negligencie a ferramenta mais crucial que você têm – seus Ouvidos!

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P.S.: Pesquisando na internet, pode-se achar vários programas grátis de treinamento de ouvido. Esse é um  programinha bem básico que eu tenho usado ultimamente, mas indico que vocês também procurem outros programas.
www.miles.be/FET_Basic_Setup.exe

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Escrito por Tom Hess 
http://www.tomhess.net/Articles/TheMostImportantSkillMostPlayersDontHave.aspx
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sábado, 4 de setembro de 2010

Perseverança – Isso Vai Formar Você Ou Detonar Você!

Um dos maiores obstáculos para a maioria dos estudantes de música vêm das suas próprias crenças de que, para ser um grande tocador (tecladista, guitarrista, baixista, etc.), você precisa ter uma habilidade natural. Eu ensinei muitos estudantes de guitarra privadamente pelos anos, e frequentemente eu ouço algumas coisas assim:

* Eu nunca serei tão bom quanto: (nome de algum estudante ou algum guitarrista famoso).
* Guitarristas como Yngwie Malmsteen e Steve Vai devem nascer com um incrível talento musical.

Eu geralmente respondo dizendo para o estudante que ele (ou ela) nunca será um grande guitarrista enquanto ele acreditar nessas coisas. Grandes guitarristas como Yngwie e Vai não pegam na guitarra só um dia ou outro, praticam por um tempo e então se tornam virtuosos. Os dois trabalharam extremamente duro desenvolvendo suas habilidades incríveis. Yngwie já foi quotado (várias vezes) dizendo que ele praticou 8 horas por dia na idade de 13 aos 18 anos! Se ele (e outros) nasceram com todo esse talento então por quê todos eles têm que trabalhar tanto para chegar onde estão hoje?

Um ótimo exemplo de perseverança não-musical é o astro de basquete, Michael Jordan. Jordan não era bom o suficiente nem para entrar no time de basquete do ensino médio da sua escola! A maioria das pessoas teria desistido depois de um desapontamento desses e acreditariam que não tinham razão de tentar no outro ano, porque obviamente elas assumiriam que não possuem talento. Todos nós sabemos que isso não é como Jordan pensou isso da sua situação. Ele trabalhou extremamente duro todo dia, praticando e pedindo ao técnico para treinar ele, mesmo que ele não fosse um membro da equipe. No ano seguinte, Michael chegou ao time e eventualmente se tornou um dos maiores atletas de todos os tempos.

Eu conheci alguns estudantes que acreditavam que eles não tinham uma habilidade musical natural. Infelizmente, eu assisti muitos deles perdendo tempo esperando que a sua “habilidade natural” os transforme em grandes músicos. Eles mostraram um progresso inicial quando eles praticavam, mas dependiam demais que o talento faça o resto do trabalho para eles. Geralmente, nessa hora, eles começam a ficar preguiçosos e praticar menos, pensando que eles ficaram ótimos assim mesmo. É muito difícil para um professor ver os estudantes falhando porque eles não perseveram quando o potencial estava lá.

O que tudo isso significa para você? Significa que você pode alcançar grandes coisas se você tem a paixão em seu coração pela música e perseverança para aprender e praticar a cada dia. Vai levar um longo tempo, mas é certo que valerá a pena. Cada um de vocês têm basicamente o mesmo potencial como todo mundo para realizar grandes coisas. Não espere que alguma habilidade natural te levar aonde você quer chegar. Você deve acreditar que você só pode fazer isso apenas se você trabalhar duro e por muito tempo. Se você acreditar nesse fato e acreditar em você mesmo, os sonhos podem se realizar.

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Escrito por Tom Hess 
Retirado de: http://www.tomhess.net/Articles/Perseverance.aspx
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domingo, 29 de agosto de 2010

Você é Um Mau Estudante? Eu era.


Eu perdi anos do meu valioso tempo, centenas de dólares e muita frustração na minha perseguição para me tornar um ótimo guitarrista e ser um músico profissional. Se eu soubesse então o que eu sei agora, eu poderia me tornar um profissional muito mais rápido do que eu realmente me tornei.
Os erros que eu cometi antes são muito mais numerosos para listar em um único artigo. Talvez eu poderia escrever uma série chamada: “Meus Erros Mais Estúpidos”. Eu vou focar aqui nos erros que talvez alguns de vocês possam se relacionar (e espero, evitar!)
Eu era um estudante horroroso como um músico iniciante e intermediário. Na verdade, eu era um estudante terrível antes de eu ter um professor. Eu tentei ensinar a mim mesmo aos 13 anos de idade. Eu era tão ruim, eu não podia nem fazer com que o professor em mim fizesse com que o estudante em mim fizesse o que eu estava me dizendo para fazer. Depois de um início muito entusiástico (mas improdutivo), eu desisti do meu método autodidata.

Quem é o Culpado?
Depois de desperdiçar os primeiros 2 anos, eu comecei a pegar aulas de um professor local. Eu logo fiquei entediado e culpei ele pela falta de um grande progresso e mudei de professor. Esse círculo me ocorreu 5 ou 6 vezes nos próximos 18 meses. Apesar de eu estar progredindo muito mais rápido do que eu estava sem um professor, eu não tive nenhum tipo de grande resultado que eu estava esperando em nenhum destes professores. Olhando para trás agora, alguns dos meus professores eram muito bons, e alguns não. Mas eu posso ver agora que a maior parte do problema era EU. Mesmo quando eu estava estudando com meu pior professor, eu poderia ter progredido de 2 a 5 vezes mais rápido com ele do que eu progredi se eu realmente tivesse FEITO o que ele me disse para FAZER.
Como um estudante, eu pensava que eu sabia qual era meu melhor interesse de aprender. Eu pensava que eu tinha que ser aquele para dizer ao professor o que me ensinar. Eu pensava que era trabalho do professor me ensinar qualquer coisa que eu quisesse saber qualquer hora que eu pedisse para ele. E eu também pensava que eu tinha o direito de dizer para ele como e o que me ensinar.
Anos depois, depois de eu ter a oportunidade de estudar com 3 professores realmente bons, eu ainda culpava os professores menos que bons por minha falta de progresso nos meus primeiros anos. Logo depois de eu começar a ensinar outros profissionalmente, eu finalmente entendi que meu principal motivo da falta de progresso como estudante era na verdade mais culpa minha do que dos meus professores. O que é tão óbvio para mim agora, era inconcebível pra mim quando era adolescente. E esse simples fato me causou mais dano para meu crescimento musical mais do que qualquer outra coisa.

A Primeira Grande Reviravolta 
em 1989, eu estava pegando aulas de um professor local de nome Randy. Como de costume, eu não achei que estava progredindo muito. Durante uma aula, eu disse para o Randy que aquela ia ser a última aula. Ele retrucou “De jeito nenhum, Tom, você não vai sair, eu não vou deixar! Eu já me investi em você, não ouse desistir!” Eu tenho que te dizer, eu estava com um pouco de medo!
Eu ainda era um garoto e pensava que eu estava em um pequeno quarto de portas fechadas com um psicopata! Eu não sabia se aquele cara ia me bater, ou o quê, a coisa toda pareceu um pouco estranha na hora.  Ele começou a explicar muitas coisas sobre o processo de se tornar um verdadeiro músico (das quais a maioria eu não entendi na hora).
O principal objetivo dele era me manter focado nos objetivos a longo prazo, benefícios e resultados que eu  queria tirar da música. E deixar ele focar no processo de como ele iria me levar até lá. Eu me lembro vividamente quando ele me disse: “Não questione meus métodos de ensino, Tom, porque  você não tem o conhecimento, experiência, e habilidades de ensino que eu tenho. Se você quiser estudar matemática, inglês ou literatura, futebol, golfe ou qualquer coisa, é o professor, treinador ou técnico quem determina qual processo, formatos e métodos  que serão usados para masterizar a matéria, não o estudante. Você acha que “sabe” como julgar meus ensinamento, mas não sabe. Você acha que sabe quais são os melhores modos para aprender música mas você não sabe. Pessoas que pensam desse jeito são aquelas que me fazem perder tempo como professor. Por isso que há por aí tão poucos guitarristas “realmente bons” no mundo se comparado com as massas que não são “muito boas” e nunca serão “muito boas”. Não seja ignorante, Tom. Você quer ser capaz de fazer o que eu faço com a guitarra ou não? Eu cheguei aqui. Você pode também.
Palavras duras, hein? Por isso que eu me lembro delas tão bem. Randy sempre foi bem sincero comigo. Eu disse para ele que eu tinha que sentir como que as lições iam me beneficiar imediatamente (ou em um futuro próximo) ou senão eu ia sair. Ele replicou algo assim:
Aprender guitarra e música é um desafio de longo prazo. Nenhum ótimo guitarrista se tornou ótimo pensando do jeito que você está pensando agora, Tom. Esses músicos entenderam e se comprometeram com o processo de aprender a longo prazo. Se você não adotar essa visão, nenhum professor vai te ajudar realmente. Você precisa dar um esforço honesto. Você não terá os resultados que procura  sem um sério comprometimento. É simples.
Depois da aula, eu fui pra casa pra ponderar o que ele me disse. Eu ainda pensava que o Randy era meio doido, mas em algum lugar lá no fundo eu sabia que aquele cara estava olhando pelos meus melhores interesses. Eu sei que ele disse o que ele disse para meu benefício.
Randy tinha um próspero negócio ensinando, com uma lista de pessoas querendo pegar aulas dele, então pareceu claro que eles não estava preocupado com perder dinheiro se eu saísse. Acreditando que as palavras dele eram sinceras, eu tomei o conselho dele seriamente. Ele me convenceu  a continuar tentando, estar motivado, acreditar em mim mesmo, confiar em meu próprio potencial e nas habilidades de ensinar dele.
Eu avancei muito desde 1989. Randy me inspirou e me guiou em um tempo crítico no meu ensino. Certamente minha vida teria sido diferente hoje se eu não encontrasse um modo de me manter motivado, me ensinar e me inspirar a continuar como estudante dele. Em contra-mão, eu posso ver agora que minhas lições com Randy estavam indo bem. Eu apenas não conseguia ver isso lá na hora.
Olhando para trás da minha experiência, eu poderia ter aprendido algumas das mesmas coisas que ele me ensinou de outras fontes, como livros. Eu possuía muitos livros de instrução e vídeos, mas não tem substituto para ter aulas regulares de um tocador e professor expert. A coisa valiosa para mim não era o que Randy me ensinava, mas o modo que ele me ensinava e a ordem na qual ele apresentava as informações certas na hora certa. Aquilo só, já valia mais do que o preço que meus pais estavam pagando pelas aulas.

Mais Anos Perdidos Ensinando A Mim Mesmo (de novo)
Depois de 2 anos pegando aulas realmente muito boas, Randy se mudou para outra cidade e eu fui forçado a, ou achar outro instrutor ou voltar a aprender por conta própria. Eu fiz os dois e falhei miseravelmente nos dois pelos próximos 3 anos. Eu fui a uma série de professores medíocres (e alguns ruins). Eu aprendi algumas coisas aqui e a colá, mas falhei em ter algum tipo de progresso real que eu tinha com o Randy. Então eu saí.
Por algum tempo, eu estava determinado a me ensinar e disse pros meus amigos: Eu estou ensinando a mim mesmo. Não preciso investir dinheiro em um professor, eu posso fazer isso por conta própria. Claro que eu progredi, mas eu também me ensinava errado, e isso retardava meu processo. Claro que eu não percebi isso na hora, mas com o tempo isso se tornou mais e mais óbvio que eu não sabia de verdade o que eu estava fazendo.

Solução Simples:
Claro que eu precisava de muitas coisas para alcançar meus ambiciosos objetivos, mas meu crescimento musical todo poderia ter mudado se eu tivesse feito quatro coisas, bem simples:
Passo 1: Achar um ótimo professor.
Passo 2: Dizer para ele quais eram meus objetivos eram
Passo 3: FAZER o que meu professor me disser para alcançar meus objetivos
Passo 4: Continuar a repetir o Passo 3 em uma base constante.
(É nos passos 1 e 4 que a maioria das pessoas falham em seguir)

Reviravolta Crítica:
Eu cheguei a entender meus sonhos de ser um grande e profissional músico pareciam estar crescendo mais indefinidos. A idéia da qual eu nunca alcançaria meus objetivos me afetou de um modo bem negativo. Ficou claro, que agora eu precisava mais do que um bom professor, eu precisava me remotivar! Eu procurei eu todo lugar pelo melhor professor que eu pudesse encontrar usando idéias que eu desenvolvi para separar os melhores professores dos mais medianos.
Eu encontrei um professor realmente ótimo, seu nome é Jack Wilson. Eu estudei com ele por 2 anos. Ele não só era meu professor, mas mentor, e agora bom amigo. Eu posso dizer completamente certo, que se eu não tivesse estudado com o Jack, eu não estaria escrevendo isso pra você agora, ou vendendo CDs ou viajando ao redor do mundo, ou ensinado números incontáveis de outras pessoas a alcançar seus objetivos. Obviamente, eu devo muito a ele.

Uma Decisão Importante Que Fez Toda A Diferença.
É impressionante como uma decisão (no meu caso, estudar com Jack e confiar no seu julgamento), ultimamente me levou a um grande sucesso anos depois como um músico em ambos lados, artístico e profissional. Quando eu encontrei o Jack ele não disse: “Oi Tom, foi bom te encontrar, eu vou te mostrar como mudar sua vida”. Eu podia ver que ele tinha muito conhecimento e era um professor excelente, então eu continuei estudando com ele. Como professor, ele me deu as ferramentas da guitarra que eu precisava e me mostrou COMO USÁ-LAS.
Depois de talvez um ano de aulas de guitarra, o lado de mentor de Jack veio. Como meu mentor, ele disse para mim algo que eu já possuía, mas ainda não podia ver por mim mesmo... Potencial. Verdadeiros mentores não te dão um punhado de sementes. Eles encontram as sementes que há em você, cavam e então fertilizam. Algumas sementes precisam ser regadas, outras dias e dias, e o sol precisa fazer a parte dele. Ótimos professores como Jack Wilson são muito raros, e eu estava muito feliz de ter estudado com ele. Obrigado Jack!

Moral da História:
Um professor mediano pode ajudar um bom aluno muito mais profundamente e muito mais rápido do que um ótimo professor pode ajudar um aluno medíocre. Me levou um tempo para aprender pelos meus erros, meu conselho para você é ser mais inteligente do que isso para evitar os erros desde o início!

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Escrito por Tom Hess 
Retirado de: http://www.tomhess.net/Articles/AreYouABadStudent.aspx
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Composição Musical - Parte 5 (por Flávio Lima)

Público Alvo e Marketing

Quando produzimos música, queremos naturalmente que ela seja ouvida pelo maior número de pessoas possível. É muito interessante quando alguém diz que ouviu uma canção nossa e diz que gostou da letra ou da melodia ou que ouvir determinada música fez com que ela lembrasse de algum momento importante em sua vida.
É para isso que produzimos música, para que ela seja usufruída e apreciada por um determinado tipo de público. Devido ao imenso número de pessoas existentes e à sua multiplicidade cultural, comportamental e de costumes, devemos lançar mão de uma determinada estratégia para que nossa música atinja o público desejado. É nessa hora que devemos começar a pensar em algumas estratégias de Marketing para termos sucesso. O Marketing nos ajuda a colher informações sobre nosso público alvo e a definir a melhor atitude para fazer nossa música chegar a essas pessoas. E isso é muito importante também no momento em que estamos compondo, no âmago da criação do nosso produto musical.

E qual é o público desejado? - você deve estar se perguntando. Podemos dizer que é o grupo populacional com o mais alto potencial de identificação com sua música; são essas pessoas que comprarão seus CDs, que baixarão seus mp3 e que irão aos seus shows com mais freqüência.
Devemos começar pensando no estilo da música que fazemos e como essa música se relaciona com os hábitos do nosso público alvo. Por exemplo, se você toca música mais tranqüila (MPB tipo Caetano Veloso ou Marisa Monte), muito provavelmente seu público alvo terá hábitos mais tranqüilos e discretos e apreciará bastante algum tipo de leitura; a faixa de idade pode ser entre 15 a 60 anos. Já o público de rock mais pesado (faixa dos 13 a 45 anos, mais ou menos) tem uma maior atitude de contestação, as roupas chamam a atenção (podem usar somente roupa toda preta ou com alguns elementos – pulseiras, cabelo colorido, dançam freneticamente etc.). O público de rock mais melódico (estilo Beatles, Kid Abelha e Paralamas do Sucesso) não procura chamar tanto a atenção com a roupa, mas aprecia melodias bem construídas e os timbres dos instrumentos. Geralmente gostam de ouvir também músicos e bandas dos anos 50 e 70.

Você viu algumas diferenças interessantes entre o público de rock (rock mais pesado e rock melódico). Se você pensar no seu público no momento da composição de sua música, é possível sair ganhando e entrar em contato mais rápido com as pessoas que podem baixar seus mp3 ou comprar seu CD. Você pode compor alguma letra que fale sobre temas existenciais, por exemplo. Há uma grande busca hoje em dia por uma melhor qualidade de vida, muitos procuram a auto-ajuda e querem se conhecer melhor para serem mais felizes. Porque não falar disso em sua música? Pesquisa atualidades, leia sempre vários jornais e revistas.
O amor romântico também pode ser abordado de forma diferente em suas letras. Você pode escrever algo que não seja tão piegas ou meloso, se não o quiser. Se você canta um estilo mais romântico, procure falar dos hábitos de hoje em dia (muitas pessoas “ficam”, não namoram) e isso pode ser bom para a sua música. Gostaria somente de passar uma pequena dica: tente sempre ser universal, trate a sua música de forma que a pessoa possa ouvir hoje e daqui a 50, 100 anos sem parecer tão desatualizada. Isso pode ser feito com uma letra com temática mais ou menos geral. Se você definir uma data (mês ou ano) na sua letra (algum evento específico que aconteceu numa determinada data) ou se referir a algum personagem ou ídolo específico, cuidado que ele pode tomar alguma atitude vergonhosa e decepcionar você (ninguém é perfeito). Como a sua música estava, em hipótese, ligada a ele, ela também vai perder valor. Portanto, cuidado com citações, homenagens a pessoas e datas.

Procure conhecer os lugares, modos de vestir, do que mais gostam de falar, comprar e ler os que mais simpatizam com o seu som. Com o tempo, você vai começar a traçar um perfil do seu público e vai se surpreender, encontrando diversos aspectos comuns. Por exemplo, você pode perceber que as pessoas que gostam de sua música gostam de ouvir também bandas como Legião Urbana e Rolling Stones, que gostam de CDs de músicos independentes e que apreciam muito baixar músicas da Internet para ouvir no carro ou em casa. Em especial, você pode descobrir que gostam muito de comer sanduíches! O que isso sugere a você, como você pode usar isso em benefício de sua música? Pode parecer óbvio, mas pode ser uma boa idéia compor alguma coisa sobre sanduíches. A letra da música pode falar sobre um cara que "foi comer um sanduíche e na lanchonete conheceu o amor de sua vida". Feito de forma criativa e confiante, a música pode ficar boa e cativar o seu público.

Uma das músicas que fiz (“O caminho”) possui uma letra que trata da trajetória que seguimos na vida, fala de modo simples sobre nossas escolhas e como é difícil tomar decisões importantes. Um trecho da letra diz: “... o caminho... quem vai seguir..., quem vai chegar...., quem vai voltar..., já é o final da estrada...”. É um modo simples e dramático de falar de nossas escolhas, é algo como “cuidado na sua vida, pode ser a última chance”. As pessoas podem se identificar com isso, já que atualmente há uma busca muito intensa pelo autoconhecimento.

É claro que a meta de atingir o público alvo não deve subverter o seu processo de criação, ou seja, uma música só vai ser legal se ela for sincera e coesa. Não adianta compor artificialmente só para meramente atingir um grupo de pessoas, você deve aliar o seu estilo pessoal de compor com uma boa escolha dos temas, de modo que você se sinta à vontade para falar sobre ele, não adianta forçar. Lembre-se sempre de que o seu julgamento estético e o bom senso serão seus guias nessa trajetória. Procure conhecer o seu público, mas nunca deixe de ser sincero e verdadeiro com ele. Tenha certeza que, se isso acontecer, muitos perceberão e só você perderá com isso.

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Retirado de: http://www.flaviolima.com/
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